A maioria de nós concorda que trabalhar remotamente oferece maior flexibilidade para que os funcionários possam de integrar melhor sua vida doméstica e profissional. E esse equilíbrio é algo que todos os trabalhadores – que têm ou não filhos – procuram desesperadamente. Se você tiver a sorte de conseguir isso, já está familiarizado com as recompensas.

O trabalho remoto faz mais do que apenas eliminar o desperdício de tempo no trânsito, economizar dinheiro com gasolina e alimentação e aumentar a produtividade. De fato, um estudo recente concluiu que esse pode ser um canal para a liderança feminina. De acordo com a remote.co, as empresas com mão-de-obra remota têm uma porcentagem maior de mulheres em cargos de liderança – o que equivale a cerca de quatro vezes mais mulheres em funções de CEO ou como fundadoras – do que as empresas do índice S&P 500 que ficam em escritórios.

Com o advento de aplicativos de trabalho remoto, como o Slack, e o acesso a videoconferência, as empresas que utilizam a tecnologia para promover a flexibilidade são aquelas que retêm e promovem talentos femininos de alto nível. Embora esse fato seja música para os nossos ouvidos, ele é frequentemente abafado pelos olhares e reclamações de colegas de trabalho e gerentes.

Para pais que trabalham, especialmente mães de crianças pequenas, o trabalho remoto fornece um ambiente para que funcionários realizem suas funções de uma maneira que complemente suas vidas pessoais, sem precisar recorrer a seus colegas. O que é algo que as mães trabalhadoras normalmente fazem, principalmente quando recebem olhares de reprovação ao descer o corredor, pela terceira vez no dia, para bombear leite materno. Ou quando sai do escritório no meio do dia para levar o filho, com tosse, a um segundo especialista na semana. Esses olhares de desaprovação emitidos pelos colegas podem ir aumentando com o tempo, o que reduz o moral da equipe e piora a percepção. E, como todos sabemos, a percepção é encarada como realidade.

Enquanto trabalhar remotamente oferece a possibilidade de evitar situações como essas, acaba, também, travando uma batalha com colegas mais tradicionais, que acreditam que o tempo passado no escritório, fisicamente, é sinônimo de comprometimento. Como se a flexibilidade, de alguma maneira, tornasse o caminho mais fácil.

Veja, na galeria de fotos abaixo, 3 mitos que pais que trabalham remotamente querem derrubar:

1. Eles estão simultaneamente cuidando de seus filhos

Ao contrário das dezenas de imagens que aparecem online quando você procura por fotos de pais que trabalham em casa, eles raramente cuidam de seus filhos enquanto trabalham. Em vez disso, as mães costumam ficar escondidas em seus escritórios residenciais, atrás de uma porta fechada, prestando atenção em cada movimento – como ir ao banheiro – para evitar encontrar seus filhos, que estão sob os cuidados de outra pessoa, e correr o risco de serem sugadas para uma conversa sobre o dever de casa ou as necessidades de uma criança. Elas costumam estruturar o seu dia em horários em que as crianças têm a menor probabilidade de interromper.

2. Eles não estão focados

Mães que pensam em suas carreiras são hiper-conscientes de que o tempo é precioso e querem aproveitá-lo ao máximo, com sabedoria. “Segurar uma vida em seus braços lhe dá a perspectiva de saber o que é importante e o que não importa. Isso me deu um filtro para passar por todo o caos, para que pudesse me concentrar no que realmente importava”, diz Liz Wiseman, mãe de quatro filhos e presidente do Wiseman Group. A pesquisa anual da Flexjobs revelou que 66% de seus entrevistados acreditam que são mais produtivos trabalhando em casa. Eles se distraem menos e têm reuniões mais eficientes.

3. Eles estão trabalhando menos do que seus colegas no escritório

É muito provável que os pais que atuam remotamente dediquem o mesmo número de horas ao trabalho – se não mais – do que seus colegas no escritório. Normalmente, eles atuam de oito a 10 horas, mas podem dividir as atividades em dois ou três períodos.

“Trabalhar em casa permite flexibilidade para satisfazer minhas aspirações profissionais e ver meu filho de manhã e antes de dormir, já que eu não tenho que me locomover no trânsito de Los Angeles”, conta a vice-presidente sênior de uma grande companhia. Ela começa a trabalhar, geralmente, às 6h, antes que o filho acorde. Faz uma pausa rápida para aproveitar o café da manhã com ele e levá-lo para a escola, antes de voltar ao trabalho. Às 17h, ela pega a criança. Muitas noites, pode ainda continua trabalhando até finalizar determinada tarefa.

Embora esse seja apenas um exemplo da vida real, o que a maioria dos funcionários remotos veem como benefício para economizar tempo é a capacidade de eliminar o tempo de deslocamento – e não de reduzir as horas realmente trabalhadas.

Fonte: https://forbes.uol.com.br