A Páscoa é sempre uma época de muita criatividade entre os empreendedores. Na internet, o que não falta é ovo inusitado para atrair mais e mais clientes. Em 2017, foi o ovo de coxinha. No ano passado, o ovo de pudim, de banana frita e até ovo de Páscoa para cachorros bombaram na web. Com tantas possibilidades, o que esperar de 2019?
Para dar essa luz aos empreendedores que estão pensando no que fazer este ano, a consultora do Sebrae-SP, Karyna Muniz, conversou com a Pequenas Empresas & Grandes Negócios para identificar as tendências que vão vender bem nesta Páscoa.
1. Chocolate para além dos ovos
Antes de tudo, o principal conselho de Karyna é que dificilmente as estrelas da Páscoa serão somentes os ovos.
O empreendedor pode (e deve) criar outros produtos, como bolos, cupcakes, bombons e outros doces. Seja o recheio que for ou a embalagem que vier, uma certeza é que esses “coadjuvantes” vão bombar.
Lembrancinhas também podem ser uma ideia, uma vez que as empresas costumam organizar eventos ou dar brindes corporativos aos funcionários.
Além disso, um dos fatores é que os consumidores vêm reclamando que os ovos, muitos passando dos R$ 50 na última Páscoa, estão ficando muito caros. Por isso, sempre que essa época chega, pipocam relatos de consumidores procurando outros tipos de chocolate, como as tradicionais barras, que são mais baratas. Então, se o empreendedor conseguir um produto criativo, bom e barato, a chance de sair na frente aumenta.
Mesmo nos ovos, dá para apostar em lembrancinhas, recheios customizados ou embalagens, tudo a depender do público e do preço.
“O céu é o limite para quem trabalha com chocolate. O ovo tradicional não faz verão. É preciso algo a mais no que vai ser vendido”, diz Karyna.
2. Produtos instagramáveis
A galinha dos ovos de ouro (literalmente) virá das redes sociais, sobretudo do Instagram. Pesquisando hashtags como #Páscoa2019 (com acento e também sem acento) ou #Easter 2019, também dá para encontrar inovações que podem servir de inspiração.
Só em uma pesquisa feita em 12 de fevereiro com essas hashtags, apareceram mais de 18 mil postagens que podem servir de inspiração. “Ou seja, a Páscoa está longe, mas já está se falando disso. O empreendedor precisa ficar ligado no que está sendo falado na internet”, diz Karyna.
Bolos com design rebuscado, cupcakes em caixas customizadas, ovos pintados à mão, canetinhas para colorir ovo de páscoa, produtos em formato de coelho: tudo isso aparece em uma busca rápida no Instagram.
3. De olho nos influencers
Outra dica é ficar de olho nos influencers. Uma das principais é Carole Crema, apresentadora de televisão e dona de uma doceria na Rua da Consolação, em São Paulo.
No ano passado, por exemplo, Carole trouxe para o Brasil as canetinhas para customizar ovos, e a tendência da customização também segue aparecendo no Instagram, podendo voltar a se repetir neste ano.
4. Transparência
Além disso, independentemente do produto, uma tendência certeira é que, sem uma presença forte nas redes sociais, é difícil alcançar o sucesso para a sua receita de Páscoa – por melhor que ela seja.
Além de fazer marketing do produto com publicações bonitas e se aproximar do consumidor, Karyna lembra que a transparência deve ser cada vez mais uma marca. Isso é ainda mais importante se sua aposta for em produtos específicos, como sem glúten ou sem lactose.
“As pessoas querem saber de onde veio o produto, a lista dos ingredientes. Se você disser que é sem glúten, tem que ser verdadeiramente sem glúten, e é bom mostrar isso aos clientes”, diz a consultora.
5. Inovação, mas com parcimônia
Percebendo que os clientes já não se contentam mais com ovos comuns, as grandes marcas de chocolate também lançam moda, e vêm tentando inovar nos últimos anos.
No ano passado, a Cacau Show lançou um ovo de chocolate ao leite com casca recheada de torta holandesa, enquanto a Kopenhagen usou a comemoração dos 90 anos para vender clássicos antigos, como Língua de gato e a Nhá Benta.
E nem só as chocolaterias podem faturar e inovar: a criadora do ovo de pudim citado no começo da reportagem, por exemplo, foi a padaria Dona Deôla.
Karyna também afirma que podem pintar receitas com ar mais brasileiro, até misturando chocolate e brasilidades como açaí, cupuaçu ou frutas que harmonizem com o produto – o Sebrae, inclusive, publicou um livro sobre o assunto.
Mas é preciso cautela. “Se for fazer algum tipo de mistura, teste o produto, tente aferir com clientes ou amigos para dar um feedback sobre o que pretende lançar”, diz Karyna.
A mesma dica vale para qualquer outra receita nova que o chocolateiro pensa em testar. “O resto é criação, e quem trabalha com chocolate geralmente já é bem criativo.”
6. Chocolates gourmet e naturais
Por fim, um público que busca algo mais de maior qualidade também não deve ser esquecido, se esse for o seu nicho.
No ano passado, por exemplo, a chocolatier Renata Arassiro, dona de uma loja que leva seu nome na zona sul de São Paulo, criou o chamado “ovo unicórnio”, com chocolate amargo e avelã.
Todos os anos, a chef cria receitas diferentes para a Páscoa, fugindo do chocolate tradicional. As criações são voltados a um público com maior poder aquisitivo, com produtos que podem passar de R$ 200.
Com a chamada “onda fitness” e pessoas cada vez mais preocupadas com a qualidade do que consomem, a tendência é que esse público também esteja presente nesta e nas próximas datas.
Exemplos podem ser produtos com chocolate amargo ou meio-amargo, para quem busca um sabor mais próximo ao natural. Produtos sem glúten ou sem açúcar também devem pintar nas prateleiras.
Fonte: https://revistapegn.globo.com