Após ser rejeitada por oficinas mecânicas, mulher abre curso para mulheres

Mulher Não Fica Empenhada ensina noções básicas para quem deseja aprender mais sobre carros.

“Eles não vão te contratar porque tu és mulher”, foi a resposta que Tainná Ediles Santos, 23 anos, ouviu inúmeras vezes ao entregar currículos em empresas na área automotiva.

A moradora do bairro Piratini, em Alvorada, formou-se no final do ano passado no curso Técnico em Mecânica Automotiva, no Pão dos Pobres. De 24 formandos, era a única mulher na turma.

– Tinha um bom currículo, mas, por ser mulher, parecia que não tinha o direito de entrar no mercado – reclama Tainná.

O que você faria com tantas rejeições?!

 

As recusas incentivaram a mecânica a criar o Mulher Não Fica Empenhada. O projeto ensina mulheres a lidarem com seus carros ou motos, com o objetivo de evitar que nenhuma seja passada para trás ao ir em uma oficina mecânica para consertar seu automóvel.

 

Como é o curso?

 

O curso, que tem duração de três horas, é dividido em teoria e prática. São ensinadas noções básicas de mecânica, como verificar água do radiador, filtro de óleo, fluido de freio e troca de pneus.

– É muito comum mulheres relatarem que, na oficina, cobraram um absurdo por um serviço básico. O curso é libertador, porque elas aprendem a não serem mais passadas para trás. Além de percebem que não precisarão de ajuda masculina para diversas coisas relacionadas aos carros – destaca Tainná.

 

Mateus Bruxel / Agencia RBS

Tainná quer mais espaço para as mulheres no mundo da mecânica.
 

O projeto já percorreu a Capital e diversas cidades do Interior, como Tramandaí, Pinhal, Santa Maria e São Lourenço do Sul. Ao final do curso, as participantes recebem um certificado.

Tainná ressalta que o mercado automotivo ainda não é aberto para as mulheres – não conhece nenhuma que trabalhe como mecânica. Segundo ela, muitas têm vontade de atuar na área, mas, ao mesmo tempo, têm medo.

– Meu sonho é tentar mudar isso. Ter mais mulheres nesses espaços. Que elas coloquem a mão na massa, se imponham, tenham atitude e, principalmente, não se permitam serem enganadas – diz a mecânica, que ainda não se imagina dona da própria oficina.

– Hoje, o mercado é machista e acessível apenas a homens. Se houvesse mais mulheres mecânicas, seria possível.

 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Primeiro lugar no prêmio Baita Empreendedor
Iniciativa recebeu prêmio

Com poucos meses de existência, o Mulher Não Fica Empenhada já rendeu frutos. Graças ao projeto, Tainná conquistou, no dia 16, o primeiro lugar no prêmio Baita Empreendedor, destinado a moradores de periferias de Porto Alegre e Região Metropolitana. O prêmio é uma iniciativa da Agência de Fomento Social Besouro e da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre (AJE), com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE).

– Pensei que trabalharia em um supermercado ou em uma loja, nunca imaginei que teria meu próprio negócio, muito menos que tomaria essa proporção – conta, entusiasmada.

Para consultar as próximas turmas do Mulher Não Fica Empenhada, consulte a página do curso no Facebook.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/

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