Gerindo as gerações

Parece que sempre precisamos enquadrar as pessoas em padrões como prevendo os comportamentos e atitudes que terão. Uma das razões que me faz concluir porque isso acontece, seria para deixar o relacionamento mais previsível, eu me antecedo e tiro conclusões das pessoas sem ao menos me dar ao trabalho de conviver para ver de fato como como elas são.

 

Quando abordamos o tema de gerações não é diferente. Os estereótipos traçados para cada uma delas nos mostra em pouco tempo e de forma conclusiva as características de cada uma. Minha indignação realmente se transforma em certa hostilidade, tratamos a espécie humana como se fossemos sempre certezas e nunca dúvida e por conta disso todos oriundos da mesma época seremos iguais.

 

Me entristeço com essa desmazela referente as pessoas e o desrespeito as suas preferências e que são totalmente individuais e não um pré-conceito estereotipado de padrões previamente estabelecidos.

 

Ao invés de investirmos tempo na análise dos padrões, na categorização das pessoas, deveríamos capitalizar no desenvolvimento da espontaneidade delas e na profundidade das suas relações, elevando assim as suas competências sociais.

 

Pior ainda quando acreditamos que por conta destes estereótipos, as pessoas estão predestinadas a serem desta forma, sem qualquer mudança ou respeito às suas diferenças.

 

Outro dia recebi um vídeo de uma senhora europeia de mais de 100 anos e que é blogueira.  Ela começou a usar o computador depois dos 90 anos e não consegue se imaginar um único dia sem usá-lo. A Veterana se relaciona com o mundo como uma millenium, utiliza as redes para se comunicar com os conhecidos e amigos reais e por vezes somente virtuais. Adora informação e temas da atualidade, dá palestras em

Universidades sobre seu estilo de vida. Quando observamos as principais características da sua geração, tecnologia não é uma linguagem fluente, somente uma simples questão de sobrevivência para os dias atuais. Sem rotular as principais características da sua geração, percebemos o quanto está distante do padrão descrito nas literaturas.

 

Outra vez escutei num evento de uma colega de profissão, que se intitula Recursos Humanos, falar que a geração atual não quer saber de trabalhar, não aguenta ser cobrada por resultados e desiste dos desafios quando isso acontece. E ainda acrescentou que não contrata mais para a empresa pessoas desta geração por causa destas características. Um dos principais papéis da área de Recursos Humanos é ser agente de mudanças, como esta minha colega consegue este papel sendo escrava dos rótulos e desistindo de construir com estes jovens um protagonismo diferente dentro da organização, entendendo as possibilidades de sucesso e de fracasso frente a este perfil mais descomprometido.

 

Por vezes criamos problemas onde não existem. Padrões de comportamentos irreais ou engessados, estimulando respostas preconcebidas. Como profissionais que lidamos com as pessoas e o quanto elas podem capitalizar resultados para a organização que estão inseridas, eu traria algumas reflexões que no meu ponto de vista faz muito mais sentido do que atuar no conceito das gerações:

 

–    Os valores da empresa tem aderência aos valores destas pessoas? Se não                 

     tem, existe algo que possamos atuar para que tenha ou para que

     consigamos enxergar similaridade entre os valores dos indivíduos e da

     organização? Muitos se motivam pela causa da empresa, outros pelo porte,

     nacionalidade e outros ainda pelo modelo de negócio. Todos estes pontos

     transmitem os valores da Cia e enxergar a sinergia deles aos das pessoas

     não é tarefa fácil, porém extremamente nobre e importante para se dedicar

     dentro das empresas.

 

  • A empresa prega a diversidade e os líderes são estimulados a terem equipes diversas, não somente em gênero ou raça, mas principalmente de opiniões? Lidar com pessoas que pensam de forma diferente de nós e da maioria dos colaboradores da empresa é uma grande oportunidade para inovação. Os programas de desenvolvimento da liderança abordam e discutem esta questão, preparando seus líderes para terem esta mentalidade mais aberta e flexível?

 

  • As metodologias de aprendizado são diversificadas para poder contemplar os diferentes estilos de profissional / aluno? Cada um aprende de forma diferente o mesmo tema, alguns preferem um treinamento online, outros presencial, outros um modelo de workshop onde construímos juntos os conceitos, outros ainda querem uma oportunidade de vivenciar numa situação controlável determinados conceitos e experimentar, etc.

 

  • Os portfólios de benefícios contemplam os diferentes e distintos motivadores das pessoas? Independente da idade que possuem, nos motivamos por coisas diferentes. Algumas querem reconhecimento, outros recompensa, outros ainda são movidas a estabilidade financeira, outros a qualidade de vida, existem os que privilegiam o bem-estar da família, outros buscam incessantemente seu autodesenvolvimento.

 

  • A comunicação com o empregado prevê diferentes canais, respeitando a familiaridade de cada um com as diferentes ferramentas e com a tecnologia?

 

Atuar como Agente Transformacional nestes pontos e em tantos outros que não citei neste texto sem dúvida é a principal razão de existir da área de Recursos Humanos.

 

Atuar nos estereótipos das gerações, com perfis determinados e respostas preconcebidas para se ter sucesso, só nos leva a divisão das pessoas em guetos. O grande desafio da vida é construir relacionamentos e crescer como pessoa ao se deparar com o diferente e ter a humildade de se permitir transformar com esta simbiose humana. Nós podemos ser vitais nesta jornada.

 

Se você precisar de qualquer apoio sobre este tema ou outro relacionado a pessoas, conte com a nossa empresa.

 

Ana Paula Cramez – Diretora Executiva da CiaDH – www.ciadh.com.br

Consultoria de Soluções em Desenvolvimento Humano – customizadas a partir da necessidade do nosso cliente. Atendemos empresas ou profissionais independentes.

 

 

 

 

 

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